Cesar Greco / Agência Palmeiras |
A temporada do Palmeiras até aqui em 2018 tem dois
momentos distintos quanto ao futebol jogado. Até a derrota para o Corinthians
em Itaquera, em 24 de fevereiro, o time de Roger Machado atuava de uma maneira.
Depois disso, mudou não apenas a atitude em campo, mas também taticamente.
Às vésperas do reencontro entre os
rivais, desta vez pela decisão do Campeonato Paulista em duas partidas (sábado,
na arena rival, e em 8 de abril, em casa), o Palmeiras vem de uma sequência de
atuações com um diferente desenho: o 4-2-3-1 (com dois volantes à frente da
zaga), em vez do antigo 4-1-4-1 (com um só volante entre as linhas).
O rosto dessa mudança é Bruno Henrique. Desde que o volante assumiu o
lugar de Tchê Tchê, a equipe fortaleceu o meio de campo tanto atrás quando ofensivamente.
Titular nas oito partidas disputadas em março, ele contribuiu na marcação e
também balançou a rede quatro vezes, sendo três delas em finalizações dentro da
área.
No primeiro e até aqui único Dérbi
do ano, o Corinthians soube tirar vantagem da antiga formação palmeirense ao
jogar sem um atacante de referência para povoar o espaço entre as duas linhas
de quatro com Rodriguinho e Jadson. Isso sobrecarregou Felipe Melo e dificultou
também o trabalho dos zagueiros Antônio Carlos e Thiago Martins.
Agora, no 4-2-3-1, os dois volantes protegem mais a defesa e
liberam Lucas Lima – Bruno Henrique tem jogado mais pela esquerda, mas
reveza com Felipe Melo em determinadas situações de jogo. Os dois pontas também ajudam
com uma marcação alta ou incomodando as subidas dos laterais adversários.
Soma-se a isso uma mudança também de atitude. Na
reapresentação do elenco após o revés por 2 a 0 para o Corinthians, na primeira
fase, os jogadores se reuniram para cobrar mais entrega e concentração nas
partidas. Já no compromisso seguinte, venceram o Junior Barranquilla por 3 a 0,
na Colômbia, na estreia da Libertadores.
– Não tem que ficar falando aqui.
Foi uma reunião entre jogadores, não participou comissão técnica, não
participou ninguém, por esse motivo. Porque foi coisa nossa. Foi preciso
naquele momento ter essa conversa por alguns motivos que aconteceram no jogo –
disse o capitão Dudu.
– Eu particularmente não coloco para
fora, deixo dentro do grupo o que a gente conversou. Todos os jogadores sabem
da importância que foi a conversa. A gente espera que no sábado possa fazer um
bom jogo e colocar tudo que conversamos em prática.
Na decisão do título paulista, a vantagem do Palmeiras
por ter feito a melhor campanha é disputar o segundo jogo como mandante. Antes,
porém, será preciso voltar a Itaquera, palco da maior lição aprendida pelo time
neste início de temporada.
– Ninguém quer perder. Mas, às
vezes, na derrota a gente vê o que está errado, o que temos que melhorar. Foi o
que aconteceu da outra vez com eles, agora também contra o Santos – comentou o
camisa 7.
FONTE: GLOBOESPORTE