Oposição planeja ir à justiça por distorção de estatuto


Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Na noite desta segunda feira, ocorrerá uma reunião extraordinária para atender a uma convocação do presidente Maurício Galiotte, e isso tem efervescido a política do clube. A intenção da diretoria em fazer os conselheiros decidirem sobre a validade do contrato com a Crefisa é vista pela oposição como irregular, que "passa por cima" das funções do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização). 
O conselheiro e advogado Guilherme Gomes Pereira, ex-diretor jurídico do Palmeiras, afirma que a atual diretoria está distorcendo o estatuto para aprovar o contrato com a patrocinadora. 

"O conselho não tem competência para deliberar sobre reestruturação do contrato, a competência é do COF. Não houve essa análise do COF, que vem rejeitando as contas mensais. O conselho só pode no ano que vem, a partir de parecer do COF, verificar se a rejeição das contas tem procedência ou não. Não é para, diante de rejeições de balancetes, o presidente chamar uma reunião para avaliar e deliberar sobre o contrato. O COF vem rejeitando as contas, por conta do aumento do passivo, que não foi autorizado por eles", disse Guilherme.

Para pessoas ligadas à gestão de Maurício Galiotte, a reunião do conselho não atropela funções do COF porque não vai deliberar sobre os meses com valores rejeitados, e sim sobre a validade do contrato entre as partes. Para Guilherme Gomes Pereira, essa versão não se sustenta. 

"Eles estão vendendo uma coisa que não existe, criando uma interpretação que não existe no estatuto. É muito óbvio que o conselho não pode fazer isso. Claro que o conselho é soberano, mas dentro do limite imposto pelo estatuto. Nenhum dispositivo autoriza o conselho a fazer isso. Houve aumento de passivo de R$ 120 milhões, isso é inegável", afirmou.

O ex-diretor aposta que o tema só será resolvido na justiça por causa da distorção de estatuto. 

"Eles vão atropelar, forçar uma interpretação do estatuto e, sem dúvida, isso vai terminar na Justiça. Atropelando como já fizeram ao admitir a candidatura da Leila. Não pode, de uma hora para outra, aceitar transformar um contrato de patrocínio em uma dívida. É surreal você ter uma dívida de R$ 120 milhões com seu próprio patrocinador. Estão forçando a realização de uma reunião para tentar legalizar uma situação por meio de uma situação ilegal, então não estão legalizando nada", concluiu Guilherme Gomes Pereira.
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