O impasse entre Globo e Turner pelos direitos do Campeonato Brasileiro atiçou a ESPN Brasil, que não tem nada a ver com o tiroteio. O canal esportivo da Disney vai "exibir" a partida entre Atlético-MG e Palmeiras no domingo (12). Com um detalhe: a transmissão não mostrará o campo, apenas a equipe de jornalistas, que narrará o jogo como uma rádio.
A ESPN não pode exibir nada do que acontece no gramado porque o Galo tem contrato com a Globo para todas as mídias de TV; já o Alviverde fechou com a Turner apenas para a TV paga. Sem acordos com ambos os times, nem Globo nem Turner poderão mostrar o jogo.
O jogo será narrado por Cledi Oliveira, com comentários de Leonardo Bertozzi e Gian Oddi, e reportagens de Eduardo de Menenes e Mário Marra. A transmissão ficará restrita à web, e o espectador só acompanhará a equipe da transmissão na cabine, em uma live que ficará disponível nas redes sociais. A transmissão será feita nos estúdios da ESPN, em São Paulo, e não no Mineirão, em Belo Horizonte.
Atlético-MG e Palmeiras será a primeira grande partida do Brasileirão sem exibição na TV. O jogo vale a liderança do campeonato. Antes, apenas jogos considerados menos importantes para a tabela de classificação, como CSA X Palmeiras e Athletico-PR x Chapecoense, não podiam ser exibidos em nenhuma plataforma.
Pela Lei Pelé, um jogo de futebol só pode passar na televisão se ambos os clubes tiverem contrato com a rede. Até o fim do Brasileiro, caso o Palmeiras não assine com a Globo, serão 26 jogos sem qualquer possibilidade de veiculação.
No Premiere, o número sobe para 76, já que, além do Palmeiras, o Athletico-PR não tem compromisso com o sistema de pay-per-view. O fato fez o Procon-SP exigir que operadoras de TV paga concedam descontos para seus assinantes.
Negociações entre Palmeiras e Globo avançam
As conversas da Globo com o Palmeiras tiveram pequenos avanços nos últimos dias, mas os dois lados ainda estão longe de um acordo. Ambos entendem a necessidade de um acerto rápido, já que estão perdendo dinheiro.
O Alviverde exige a exibição de seus jogos na TV aberta. Além disso, pede uma porcentagem fixa de pay-per-view, tal qual Corinthians e Flamengo. Timão e Rubro-Negro recebem 18,5% do montante arrecadado. O Palmeiras quer 15% ou 16%.
Outra exigência é um contrato com menos tempo do que a Globo adotou com outros clubes --até 2021, e não 2024. O tempo cobriria apenas o mandato do atual presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte.
A Globo pode argumentar que o Palmeiras não tem dado tanto retorno quanto o Alviverde diz. Em 2019, segundo estudo feito pelo Notícias da TV, o time rendeu menos audiência do que Corinthians e São Paulo, seus maiores rivais.
Fonte: Notícias da TV